A preocupação com a Amazônia não é de hoje. Durante a ditadura militar, o desmatamento na região intensificou-se com o uso de máquinas e com queimadas em grande escala, e desde então os olhos de todo o mundo voltaram-se para a devastação da floresta. A flexibilização das leis ambientais durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro também acenderam o alerta – 2019 bateu recordes históricos de desmatamento.
Embora a situação parecesse melhor nos últimos anos, com registro de queda no desmatamento, os focos de incêndio voltaram a ser uma preocupação.
Entre idas e vindas, veja abaixo 3 números que mostram por que ainda devemos nos preocupar com a floresta.
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1. Maior número de focos de incêndios em 14 anos
Com o agravante da estiagem ter chegado mais cedo em 2024, período em que o fogo aumenta na região, os números de focos de queimadas, preocupam. Até o final de agosto, já haviam sido registrados 53.620 focos em 2024, segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). O número representa um aumento de 80% em relação ao mesmo período do ano passado, e é o maior registrado nos últimos 14 anos.
2. Multiplicado por 20: os efeitos das mudanças climáticas
As queimadas são uma técnica para limpeza de terreno para plantio. A maior parte dos incêndios no bioma se inicia por essa razão, mas acaba saindo de controle – uma das razões é o aquecimento global. De acordo com o relatório internacional State of Wildfires, publicado pela primeira vez este ano na revista científica Earth System Science Data, as mudanças climáticas agravaram o risco de incêndios na Amazônia em até 20 vezes.
O El Niño, que foi um dos mais fortes dos últimos anos em razão do aquecimento global, também teve seu papel na história, já que contribuiu para a seca na região. Cerca de 68% dos incêndios podem ser explicados por essa seca, indica o estudo, mas ações antrópicas como o desmatamento e agricultura também tiveram sua parcela de culpa.
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3. Amazônia já perdeu pelo menos 500 mil km²
Uma análise realizada pela Rede Amazônica de Informação Socioambiental Georreferenciada, que se propõe a monitorar a região, indica que a Amazônia perdeu 500 mil km² de área florestal nos últimos 37 anos. Os dados, vale lembrar, foram publicados no final de 2022, o que significa que a esta altura o número pode ser ainda maior.
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