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Como o novo ciclo de commodities deve impactar o Brasil

Expectativa é que ciclo tenha menos impacto que o anterior, mas ajude a economia

Por Danilo Thomaz
Atualizado em 11 jun 2021, 11h59 - Publicado em 10 jun 2021, 20h01

O chamado ‘boom’ de commodities, ocorrido com maior intensidade na primeira década dos anos 2000, permitiu ao Brasil ter divisas suficientes para investir em políticas sociais, valorização dos salários e investimentos públicos, que puxaram o PIB para cima. O fim do ciclo, por volta de 2014, trouxe uma nova realidade para nossa situação econômica – que já enfrentava problemas.

Agora, os índices voltam a subir. De acordo com o CRB (Commodity Research Bureau) as commodities tiveram alta de quase 70% em um ano.

Mas o que isso significa para o Brasil? Vamos lá.

Essa alta deve impactar novamente o desempenho de nossa economia? Sim. O PIB do setor Agropecuário, que tem aumentado sua participação no todo da economia brasileira, cresceu 5,7% na comparação com o último trimestre de 2020 e mais de 5% quando comparado com o mesmo período do ano passado. O aumento da soja, para a qual se espera safra recorde em 2021, teve grande responsabilidade nesse desempenho. O impacto se deu tanto pelo aumento do preço dos produtos agropecuários quanto pela desvalorização do real frente ao dólar, que tornou os produtos que exportamos mais atrativos no comércio internacional.

De onde vem essa demanda?

Do mercado asiático, sobretudo da China, primeiro país a controlar a pandemia de Covid-19 e que cresceu mais de 18% em 2020. O novo plano quinquenal da China, lançado em março, tem como foco a expansão da classe média chinesa que passaria de 400 milhões para 700 milhões de pessoas – um número equivalente a mais de três vezes a população brasileira – e também deve impulsionar a demanda.

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Outro fator a ser considerado nos próximos anos é o chamado Bidenomics, a política de recuperação econômica, da massa salarial e reindustrialização dos Estados Unidos.

Qual o impacto desse novo cenário nos processos domésticos?

De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), houve queda no trimestre nos preços domésticos do “arroz, o leite, as carnes suína e de frango e os hortifrutícolas” em razão da “queda na demanda interna decorrente da redução do funcionamento dos bares e restaurantes e aos possíveis impactos sobre a renda das famílias com o agravamento da pandemia neste ano”. A menor disponibilidade contribuiu, por sua vez, para aumentar “os preços do milho, do café, dos etanóis, dos bovinos e dos ovos”, tanto na comparação anual quanto trimestral. As restrições devem se manter no segundo trimestre. A evolução dos preços você pode ver aqui.

O novo ciclo deve repetir o anterior?

Não é possível afirmar, mas as expectativas apontam que não, em razão da divergência entre os preços das commodities. Ao contrário do ocorrido na primeira década do século 21, os preços não devem subir de maneira uniforme.

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Quanto deve durar esse ciclo de commodities?

A expectativa inicial é que dure de um a dois anos.

 

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