Cinco fatos sobre a saúde mental dos estudantes e a pandemia
Pesquisas mostram como o período impactou o bem-estar emocional de crianças e adolescentes, desencadeando casos de ansiedade e afetando o foco nos estudos
Isolamento social, necessidade de adaptação às aulas à distância, perda do contato presencial com amigos e colegas, estresse, medo de contaminação, receio de novas ondas da covid-19. Diversos anseios e preocupações fizeram parte da vida dos estudantes nos últimos dois anos.
Por conta da necessidade do distanciamento social, as escolas tiveram que adaptar o ensino para o modelo remoto, e crianças e adolescentes precisaram encarar um cotidiano bem diferente do que estavam acostumados. Agora, segundo pesquisas, os impactos emocionais do período seguem apresentando sinais. Jovens ansiosos e deprimidos, diminuição na concentração, sentimentos negativos e falta de foco se tornaram uma realidade para muitos.
Como neste mês as discussões sobre saúde mental tornam-se ainda mais latentes por conta da campanha do Setembro Amarelo, separamos cinco fatos sobre a saúde mental dos estudantes no pós-pandemia, de acordo com levantamentos recentes. Confira:
Dificuldade no controle de emoções
Segundo uma pesquisa do Datafolha, 34% dos estudantes estão com dificuldade de controlar suas emoções desde que voltaram a ter aulas presenciais, de acordo com seus pais.
A pesquisa, divulgada em julho, foi encomendada pelo Itaú Social, Fundação Lemann e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e ouviu 1.308 responsáveis por 1.869 estudantes de escolas públicas de todas as regiões do país.
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Sentimentos negativos e sobrecarga
O mesmo levantamento aponta que 24% dos alunos estão se sentindo sobrecarregados e 18% estão tristes ou deprimidos, segundo seus responsáveis. E vale destacar que, ainda segundo a pesquisa, apenas 40% dos estudantes estão recebendo algum tipo de apoio psicológico nas escolas.
Casos de ansiedade e depressão
Dois de cada três estudantes do 5º e 9º ano do Ensino Fundamental e 3ª série do Ensino Médio da rede estadual de São Paulo relataram sintomas de depressão e ansiedade quando foram consultados ao retornarem para o formato presencial. Foi o que apontou uma pesquisa feita pelo Instituto Ayrton Senna com a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo.
Foram ouvidos 642 mil estudantes em todo o estado, do 5º ano do Ensino Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio.
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Diminuição da concentração e esgotamento mental
A pesquisa também mostra que 33% dos estudantes afirmam ter dificuldades de concentração sobre o que é apresentado em sala de aula; 18,8% também disseram se sentir totalmente esgotados e sob pressão; 18,1% disseram perder totalmente o sono devido às preocupações e 13,6% relataram a perda da confiança em si.
Impactos também no Ensino Superior
Muito se fala sobre o impacto em crianças e adolescentes, mas a saúde mental dos estudantes mais velhos também foi afetada pela pandemia.
De acordo com um levantamento feito pelo Instituto Semesp (Sindicato das Mantenedoras do Ensino Superior do estado de São Paulo), 91,1% dos estudantes de Ensino Superior particular e 94,2% dos estudantes de instituições públicas relataram ter tido problemas de saúde mental durante a pandemia, além de dificuldades para se concentrar nas aulas remotas. A pesquisa contou com a participação de mais de 2.900 alunos de todo o Brasil.
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