Filmes e livros para entender a violência nas escolas norte-americanas
São diversos formatos que exploram os impactos dos tiroteios nas escolas e discutem a questão armamentista nos Estados Unidos
Desde 1970, os Estados Unidos tiveram mais de 2 mil ataques a tiros em escolas, segundo o Centro de Defesa e Segurança Interna da Escola de Pós-Graduação Naval em Monterey, na Califórnia. O número equivale a um ataque a cada nove dias. Nos últimos anos, a situação se agravou ainda mais: em 2021, foram 34 tiroteios em massa em escolas.
Cada novo caso acende o alerta para um tema que causa polêmica no país: a questão armamentista. Dados dos Centros para Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) apontam que as armas de fogo são a principal causa de morte entre crianças e adolescentes americanos. Uma em cada 10 vítimas por armas de fogo tem 19 anos ou menos.
Os tiroteios nas escolas já foram tema de filmes, livros, podcasts e outros diversos formatos que exploram as causas e consequências dos massacres, além de colocar em xeque a cultura bélica nos Estados Unidos. Para você se aprofundar no tema e ampliar seu repertório para possíveis discussões nos vestibulares – e na vida –, separamos seis obras, entre filmes, livros e podcasts. Confira abaixo:
Filme
Elefante
Vencedor do Palma de Ouro no Festival de Cannes em 2003, o filme conta a história de dois adolescentes que decidem realizar um massacre em uma escola de Portland, no estado de Oregon, interior dos Estados Unidos. Apesar de focar nos dois alunos, a obra também explora questões como o bullying e o cotidiano do colégio até o momento do ataque.
O filme alerta para a facilidade com a qual os jovens conseguem comprar rifles, revólveres e facas. O próprio nome do longa é uma provocação, inspirada na expressão “um elefante na sala de estar”, que significa que existe uma situação importante, que gera incômodo, mas que é ignorada.
Disponível na HBO Max.
Vida Depois
Diferentemente de “Elefante”, o filme “Vida Depois” não foca em um ataque em si, mas nas consequências emocionais causadas por um tiroteio na vida dos alunos que sobreviveram. O longa começa com duas adolescentes que escutam tiros nos corredores da escola e se escondem na cabine de um banheiro. Sem mostrar as cenas do massacre, a obra se volta para como as personagens irão lidar com o acontecimento e como ele irá afetar suas ações e relações.
O filme pode ser usado em redações sobre o tema para debater como esse tipo de situação acaba indo além do ataque em si e desencadeia uma série de consequências para a saúde mental dos jovens e de suas famílias.
Disponível na HBO Max, no YouTube, no Google Play e na Apple TV.
Podcast
A epidemia de atiradores nos EUA, de O Assunto
Este episódio do podcast O Assunto, apresentado pela jornalista Renata Lo Prete e com a participação do comentarista de política internacional Guga Chacra, vai além dos ataques nas escolas e aborda os tiroteios como um todo nos Estados Unidos, onde a proporção de armas por habitante é a maior do mundo.
O episódio amplia o repertório ao explorar os tipos de ataques que ocorrem no país (gangues x atiradores solitários), o poder do lobby de armas, questões legais sobre o assunto e a possibilidade do aumento das restrições.
Disponível no Spotify.
Documentário
Tiros em Columbine
Em 20 de abril de 1999, dois estudantes invadiram o colégio Columbine High School, no Colorado (EUA), e abriram fogo contra alunos e professores, deixando 13 mortos e 23 feridos. O fato, que ficou conhecido por “massacre de Columbine”, ganhou repercussão mundial por ter sido televisionado ao vivo pela imprensa norte-americana.
O caso foi explorado no documentário “Tiros em Columbine”, dirigido e narrado por Michael Moore. A obra ganhou o prêmio de Melhor Roteiro Original pelo Sindicato dos Roteiristas da América, o Prêmio Especial de Cannes e o Oscar de Melhor Documentário.
É uma boa forma de se aprofundar no tema, pois Moore não se limita ao caso, e investiga a fascinação dos norte-americanos por armas de fogo e questiona a origem dessa cultura bélica.
Disponível no YouTube.
Livro
Também baseado no caso de Columbine, o livro foi escrito por Dave Cullen, um dos primeiros repórteres a chegar à cena do massacre. Foram dez anos de apuração, nos quais Cullen analisou mais de 25 mil páginas de evidências policiais e realizou centenas de entrevistas.
Um dos focos da obra é questionar a cobertura rasa que a imprensa fez do caso, limitando-se a relacionar a violência dos jovens apenas ao bullying e aos videogames, quando deveria promover uma discussão mais ampla sobre desarmamento e saúde mental.
Música
Pumped Up Kicks, de Foster the People
A música “Pumped Up Kicks”, de 2010, viralizou recentemente em trends do Instagram e do TikTok e tem uma batida animada, mas a história por trás da letra é séria. Segundo o próprio compositor, Mark Foster, a canção se baseia nos massacres que ocorrem em escolas norte-americanas, contando que um garoto fictício está se preparando para atirar em seus colegas. Veja a tradução de um trecho abaixo:
“Ele encontrou um revólver
No armário do seu pai, numa caixa de coisas legais
E não sei o que aconteceu
Mas ele está vindo atrás de você, é, ele está vindo atrás de você
Todas as outras crianças com tênis caros
É melhor vocês correrem, melhor correrem mais rápido que minha arma”
Músicas também são ferramentas para serem exploradas em redações dos vestibulares. É possível explicar o contexto de sua letra ou mesmo usar trechos para aprofundar uma ideia.
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